segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Estudo de caso - Reestruturação do grupo Pão de Açúcar no início da década de 1990

Estudo de caso: reestruturação do Pão de Açúcar no início da década de 1990. No final dos anos 80, o Brasil passava por uma severa crise econômica. A instabilidade do ambiente e disputas internas levaram o grupo Pão de Açúcar a repensar sua estratégia, reduzindo o número de áreas na qual atuava e passando a valorizar o produto para conseguir disputar de forma mais efetiva a preferência dos consumidores brasileiros. Depois de concretizada a reestruturação, o grupo se destacou, em especial com a marca homônima, como dono de um serviço de qualidade na categoria dos supermercados. A reestruturação, todavia, não significou que o grupo passaria a abandonar os segmentos menos abastados da população. A abordagem do Pão de Açúcar também pensou em como alcançar esses consumidores, oferecendo o melhor serviço:

1- A que forças ambientais o Pão de Açúcar reagiu quando fez sua reestruturação?

O Pão de Açúcar passou por problemas com a crise econômica que afetou o Brasil, durante a década de 80. Como a sucessão de problemas econômicos pode ser considerada resultante de políticas promovidas pelo Estado brasileiro, no período, pode-se considerar o governo como uma das forças que levaram o grupo à reestruturação. A economia, de forma mais ampla, também pode ser incluída entre as forças ambientais que levaram à reestruturação. A busca por otimização e a abertura do capital com lançamentos de açoes em bolsa, ocorrida em 95, indica que o fator "acionistas" também pode ser categorizado como uma das forças que desempenhou papel importante na reestruturação da organização. A tomada da escolha de realizar a reestruturação respondeu aos desafios econômicos vividos pela empresa (que, apesar de atuar fora do país, possuía a maior parte de suas lojas aqui) e à pressão natural por otimização, quando são considerados os acionistas.

2- Que tipo de competição o Grupo Pão de Açúcar tem para suas marcas Compre Bem e Sendas?

O grupo Pão de Açúcar tem (tinha) como competição para as duas bandeiras (e para o Extra, agora), disputando as classes C, D e E, marcas como o Prezunic, Guanabara, Mercantil Rodrigues, Carrefour, Intercontinental e outras que visam o mesmo grupo demográfico (inúmeras marcas apostaram no poder de compra dessas classes, durante a década de 2000). Etende-se que esses mercados praticam a segmentação demográfica por renda – ou seja, no caso, visam o segmento de mercado que não possui renda tão elevada quanto as classes A ou B.

3- Como o Grupo Pão de Açúcar enfrenta o desafio de lojas como as Casas Bahia?

Pode-se dizer que, apesar de o grupo Pão de Açucar também possuir bandeiras voltadas para o segmento que inclui as classes C, D e E, oferecendo (no caso das marcas citadas, Sendas e Compre Bem, e, atualmente, no do Extra) melhores opções de pagamento e preços menores, a abordagem do Pão de açúcar favorece o "P" de Marketing de "Produto", oferecendo um produto "Premium" – como no caso citado, até chegando a ter disponibilizado uma condução que levasse os consumidores de uma filial para outra da bandeira Pão de Açúcar (que pratica outro tipo de segmentação). A força de mercado da "rivalidade entre concorrentes" é, nesse caso, atenuada pelo fato de o grupo apostar em outro grupo demográfico. O Extra, que é a bandeira do grupo que concorre diretamente com lojas como as Casas Bahia pelo segmento que inclui as Classes C, D e E, através de facilidades de financiamento, consegue disputar de forma mais eficaz esses compradores – abordagem que é, aliás, usada pelas próprias Casas Bahia. Uma notícia publicada pelo site Mundo do Marketing (disponível através do link https://goo.gl/OSA83J) aponta que a rede se destaca como a mais visitada entre os supermercados do Brasil. Conforme indicado no próprio caso de estudo da atual avaliação, a bandeira também se destaca como hipermercado por oferecer produtos variados. Dessa forma, o grupo Pão de Açúcar (através da bandeira Extra) conseguiu alcançar consumidores de classes que registraram crescimento significativo do poder e compra ao longo dos anos 2000, e ainda conseguiu manter-se, na bandeira que lhe nomeia, oferecendo um produto "Premium", para consumidores de segmentos demográficos com maior poder aquisitivo.